segunda-feira, 21 de abril de 2014

O FETICHE DO JATINHO

Eis uma questão intrigante: por que os políticos brasileiros não aceitam viajar como gente normal e têm pelas aeronaves exclusivas uma atração quase sexual?

Por Leonardo Attuch

Só Freud explica o fascínio que as aeronaves exclusivas, os jatinhos, exercem sobre políticos brasileiros. É um encantamento de ordem sexual, que faz com que o passageiro se sinta acima e mais poderoso do que o comum dos mortais. Uma questão fálica, um fetiche. Só recorrendo à psicanálise é possível entender por que homens públicos de carreiras promissoras coloquem tudo a perder a troco de algumas horas de voo sem a companhia de desconhecidos.
O último a cair em tentação foi André Vargas. Depois de 14 anos como parlamentar, o político havia chegado quase ao topo da carreira política. Era vice-presidente da Câmara dos Deputados e tentaria concorrer ao Senado, em 2014. Seu sonho, declarado, era o de presidir o Senado. Virou pesadelo quando se descobriu que ele e a família foram de Londrina (PR) a João Pessoa (PB) num jatinho tomado de empréstimo junto ao doleiro Alberto Youssef. Uma viagem, diga-se de passagem, totalmente desnecessária, posto que suportável na aviação comercial – menos de seis horas de trajeto, com apenas uma escala. AQUI



Nenhum comentário:

Postar um comentário