segunda-feira, 21 de abril de 2014

ATAULFO ALVES, O GENERAL DO SAMBA

Ataulfo Alves (Ataulfo Alves de Souza)
(Miraí, 02 de maio de 1909 - Rio de Janeiro, 20 de abril de 1969)
 “Sei que vou morrer, não sei o dia. 
Levarei saudades da Maria. 
Sei que vou morrer não sei a hora. 
Levarei saudades da Aurora. 
Quero morrer numa batucada de bamba, 
na cadência bonita de um samba.”
Educado, gentil e refinado, vestia-se com elegância. Chegou a ser eleito um dos 10 mais elegantes em famoso concurso. O mineiro Ataulfo Alves foi um dos mais bem sucedidos sambistas compositores dos anos 1940 e 1950. Quando chegou ao Rio trabalhava para um médico, durante o dia entregava recados e receitas, à noite fazia faxina na casa do doutor. No emprego seguinte lavava os vidros de uma farmácia, depois aprendeu o ofício de prático de farmácia. Na época, morava no bairro do Rio Comprido, onde passou a frequentar rodas de samba e já mostrava habilidade com o violão, cavaquinho e o bandolim. Com 20 anos passou a compor, e se tornou diretor do bloco ‘Fale Quem Quiser’. Foi apresentado ao diretor de uma gravadora e começaram a surgir intérpretes para suas obras. Disposto a dar voz as suas próprias músicas, Ataulfo gravou ‘Leva meu samba’ em parceria com Abel Neto.
Também em parceria, dessa vez com Mario Lago, compôs uma de suas mais famosas composições, ‘Ai que saudades da Amélia’, surpreendentemente recusada por vários cantores que alegaram ser um samba desinteressante. Com dificuldades financeiras gravou ele mesmo a canção. E criou o grupo ‘Ataulfo Alves e suas Pastoras’, que regia com um lenço branco. Na década de 1950, Ataulfo Alves retratou o fim do casamento de Dalva de Oliveira na música ‘Errei, sim’. Nessa mesma época, com o surgimento da bossa nova, Ataulfo continuou em destaque. A vida dura na infância e algumas desilusões amorosas contribuíram para que suas melodias fossem saudosas e tristes, que falavam de dor de cotovelo, tema que caracterizava a época. Em 1965 passou o seu título de General do Samba para seu filho, Ataulfo Alves Júnior. Em 1967 voltou a aparecer com várias gravações do samba ‘Laranja Madura’; com Carlos Imperial compôs ‘Você passa, eu acho graça’. Poucos dias antes de completar 60 anos faleceu vítima de uma úlcera que o acompanhou e o atormentou por quase 20 anos.(por Tamára Baranov)

Em 1957 com o presidente Juscelino e o mestre do jazz Louis Armstrong
Final dos anos 60 com Roberto Carlos em programas de TV com Caçulinha ao fundo

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