Em entrevista à TV RTP, de Portugal, ex-presidente reafirma que não será candidato nas eleições de outubro, mas garante que trabalhará para reeleger a presidente Dilma Rousseff, que "vai vencer"; "Em política, a gente nunca pode dizer nunca, mas eu acho que eu já cumpri com a minha tarefa no Brasil. Eu sonhava em ser presidente porque eu queria provar que eu tinha mais competência para governar o País do que a elite brasileira. E provei", declarou Lula; sobre o chamado 'mensalão', segundo ele, "um massacre que visava destruir o PT", afirmou que o julgamento teve "80% de decisão política e 20% jurídica"
27 DE ABRIL DE 2014 ÀS 12:55
247 – Apesar da queda da presidente Dilma Rousseff nas
pesquisas e a insistência da pergunta sobre seu retorno à política, o
ex-presidente Lula reafirmou que não será candidato nas eleições de outubro.
"Eu vou ser cabo eleitoral da Dilma, vou pra rua fazer campanha pra
Dilma", disse o petista em entrevista à RTP, de Portugal. A conversa com a
jornalista Cristina Esteves foi gravada na última sexta-feira, durante visita
de Lula a Lisboa pelos 40 anos da Revolução dos Cravos, e divulgada neste
domingo pelo Instituto Lula.
"Em política, a gente nunca pode dizer nunca, mas eu
acho que eu já cumpri com a minha tarefa no Brasil. Eu sonhava em ser
presidente porque eu queria provar que eu tinha mais competência para governar
o País do que a elite brasileira. E provei", afirmou o ex-presidente.
Questionado sobre críticas à gestão de sua sucessora na presidência do País,
respondeu, com confiança: "a Dilma é uma mulher de extrema competência.
Ela vai ganhar as eleições".
Lula falou sobre o julgamento da Ação Penal 470, o chamado
'mensalão', segundo ele, "um massacre que visava destruir o PT". Em
sua avaliação, o julgamento do Supremo Tribunal Federal teve "80% de
decisão política e 20% jurídica". Questionado sobre o fato de que a corte
prendeu seus companheiros de partido, ele acrescentou: "tem companheiro do
PT preso, eu indiquei seis pessoas da corte que julgaram, eu acho que cada um cumpre
o seu papel. Mas eu acho que não houve mensalão, essa história vai ser
recontada".
Ao comentar as manifestações, voltou a dizer que as pessoas
estão saindo para as ruas porque "querem mais", ressaltando as
políticas sociais do governo, que tirou 36 milhões de brasileiros da miséria
absoluta. Segundo Lula, não há por que temer os protestos durante a Copa do
Mundo. "Deixa o povo ir pras ruas, um povo vai pra rua protestar e outro
pra assistir um jogo. O importante é garantir a segurança dos jogadores",
disse. Rebatendo críticas a respeito de gastos com obras para o Mundial, disse
que tudo o que tem sido construído "vai ficar para o País, a Fifa não vai
levar embora".
Assista aqui à integra da entrevista.
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