Autor: Fernando Brito
O Painel da Folha anuncia hoje que o Conselho Federal de
Medicina vai lançar uma campanha de propaganda denunciando as más condições da
saúde no Brasil.
E crava: a campanha é contra o Mais Médicos.
Como vocês sabem, a saúde no Brasil passou a entrar em crise
depois da chegada dos médicos cubanos.
Antes não havia hospital lotado, nem fila, nem
mau-atendimento, nem descaso, nem carências.
Por isso é que o CFM nunca fez uma campanha destas e, agora,
claro que sem qualquer vínculo com o processo eleitoral em curso, fará alguns
comerciais do tipo “mundo cão”.
“Serão anúncios em jornais, revistas, rádio e TV com imagens
de enfermarias lotadas, pessoas deitadas no chão e hospitais com infiltrações
nas paredes” , antecipa o jornal.
Será que estarão
entre as imagens a da idosa Rita Alexandre da Silva, fotografada no chão do
Hospital Geral de Pedreira, da rede estadual de São Paulo?
Ou vai ser dada uma palavra sobre a ação moralizadora do CFM
no caso dos médicos dos dedinhos de silicone, que completou aniversário sem uma
punição do Conselho?
Ou contra o poder absurdo das empresas de seguro-saúde, que
são as grandes beneficiárias do modelo privatista da medicina brasileira?
Ou contra a utilização política da condição de médico, dada
neste episódio vergonhoso da médica cubana que atacou um programa de saúde
pública para dar cobertura – e aliás, recebê-la, da Associação Médica
Brasileira – para seu desejo de emigrar para Miami, atrás do namorado?
Será que um dia vamos voltar a ter entidades médicas que, em
lugar de xenofobia e reserva de mercado, preocupem-se em primeiro lugar com as
pessoas que não tem, sequer, um médico para atendê-las na aflição?
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