Mário de Andrade (Mário Raul de Morais Andrade)
(São Paulo, 09 de outubro de 1893 - São Paulo, 25 de
fevereiro de 1945)
Por Tamára Baranov
“Quando eu morrer quero ficar, não contem aos meus inimigos,
sepultado em minha cidade, saudade. Meus pés enterrem na rua Aurora, no
Paiçandu deixem meu sexo, na Lopes Chaves a cabeça esqueçam. No Pátio do
Colégio afundem o meu coração paulistano: um coração vivo e um defunto bem
juntos. Escondam no Correio o ouvido direito, o esquerdo nos Telégrafos, quero
saber da vida alheia, sereia. O nariz guardem nos rosais, a língua no alto do
Ipiranga para cantar a liberdade. Saudade…Os olhos lá no Jaraguá assistirão ao
que há de vir, o joelho na Universidade, saudade…As mãos atirem por aí, que
desvivam como viveram, as tripas atirem pro Diabo, que o espírito será de Deus.
Adeus.” MAIS
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