Por Miguel do Rosário
É hora de discutir à sério essa nova síndrome nacional, de
achar que a solução de nossos problemas passa pelo surgimento de super-heróis.
Fernando Brito, editor do blog Tijolaço, escreveu hoje sobre
nosso Batman de passeata. Fiquei com pena do rapaz. Tenho impressão que é uma
boa pessoa, um rapaz simples do subúrbio do Rio, cheio de boas intenções, mas
que, de fato, é mais um boboca dominado pela cultura de celebridade.
Não percebe sequer o significado de sua própria fantasia: um
vingador privado, herdeiro bilionário, que busca fazer justiça com as próprias
mãos.
O pobre, o trabalhador, não pode entrar nessa, de entender a
justiça como uma esfera privada. Ele tem de acreditar na democracia e se juntar
a seus iguais. Quer fazer política? Organize-se, dentro de um partido ou não,
mas participe do debate usando a cabeça, convencendo e ouvindo os outros,
expondo ideias, com convicção, paixão e seriedade.
E ninguém deveria combater os males sociais com espírito de
vingança, como faz Batman. Aliás, temos outro personagem também chamado de ”Batman” no Brasil, um juiz reacionário que
não parecer dar muita bola aos direitos das pessoas que julga…
Nenhum comentário:
Postar um comentário