TROVAS
Moreira de Pinho
Moreira de Pinho
É a partida um paradoxo,
Que jamais a gente explica:
- Quem fica, fica saudoso,
Quem parte, esquece quem fica.
Que jamais a gente explica:
- Quem fica, fica saudoso,
Quem parte, esquece quem fica.
Mas muita vez na partida,
O caso muda entre os dois:
- Quem parte leva saudade,
Quem fica, esquece depois.
O caso muda entre os dois:
- Quem parte leva saudade,
Quem fica, esquece depois.
Outra vez, por um capricho
Que o destino se destrai,
Quando alguém vai para longe,
A saudade fica e vai.
Que o destino se destrai,
Quando alguém vai para longe,
A saudade fica e vai.
É a partida um paradoxo,
Que jamais a gente explica:
- Quando se finge saudade,
Saudade não vai, nem fica.
Que jamais a gente explica:
- Quando se finge saudade,
Saudade não vai, nem fica.
Moreira de Pinho - contador e poeta, Trova publicada na "Folha do Norte" em 1951...
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