terça-feira, 14 de julho de 2009

BIOINSETICIDA SERÁ PRODUZIDO A PARTIR DO SISAL BAIANO

O sisal da Bahia contará com recursos do Fundo Comum de Commodities (CFC) da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em Amsterdam, na Holanda, para o aproveitamento do resíduo líquido do sisal para a produção de bioinseticida e parasiticida. Para a primeira etapa do projeto – um estudo de pré-viabilidade para elaboração de um plano de negócios - serão liberados quase US$ 170 mil, sendo US$ 112 mil de recursos não reembolsáveis por parte do CFC.
O projeto, que foi apresentado pela Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) e pelo Sindfibras, com o apoio do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), está orçado em US$ 1 milhão. Segundo o secretário estadual de C&T, Ildes Ferreira, caso nos resultados das pesquisas iniciais sejam positivos, o CFC liberará, no próximo ano, a parcela complementar, de R$ 890 mil, para estudos adicionais e a implantação de uma unidade industrial piloto, na região sisaleira da Bahia, para a produção de bioinseticida e parasiticida.
Os dois produtos serão produzidos a partir do resíduo líquido da extração da fibra do sisal, hoje estimado em 2 bilhões de litros anuais e totalmente descartado no campo. A apresentação do projeto contou também como o empenho da Associação Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e do Centro Internacional de Negócios da Bahia (Promo). A idéia é que o projeto seja desenvolvido em parceria com universidades e centros de pesquisa durante quatro anos no Território do Sisal, localizado no semi-árido baiano.
O projeto pretende ainda utilizar o resíduo líquido do sisal também para a produção de dietético. De com o engenheiro químico Adalberto Luiz Cantalino, o adoçante extraído do sisal é a inulina, um produto de origem natural, que pode ser utilizado em substituição ao açúcar na indústria alimentícia e farmacêutica que não é absorvido pelo organismo, ou seja, é uma solução natural à substituição dos ciclamatos utilizados na indústria dos ‘dietéticos’.
Produto vai combater praga na agricultura
O bioinceticida será empregado para combater pragas na agricultura. Em projeto anterior, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesp), foi descoberto que o suco do sisal in natura atua como bioinseticida, no combate a pragas do plantio de algodão. Porém este suco começa a fermentar dois dias após sua extração, o que inviabiliza sua produção comercial. “A idéia é extrair o principio ativo e acondicioná-lo, para que tenha um tempo mais longo de vida útil”, diz Cantalino. A vantagem em relação aos inseticidas disponíveis no mercado é a ausência de drogas químicas nocivas ao meio ambiente e ao ser humano. O projeto também prevê a produção de um parasiticida para combater pragas comuns em ovinos, bovinos e caprinos.
Assessoria de ComunicaçãoSecretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação
- Governo da Bahia

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