domingo, 1 de março de 2009

A RESENHA DO FINAL DE SEMANA (VI)



NO COMEÇO DO SECULO XX A CIDADE TEVE DUAS PREFEITURAS

No inicio do século XX – 1908, por conta das eleições “a bico de pena” envolvendo o militar Abdon Abreu e o coronel Bernardino Bahia e até que o Estado se posicionasse a cidade teve duas prefeituras. Em 1971, a briga interna dos arenistas motivou um governo paralelo instalado na sede do antigo CEDIN, na Avenida Getulio Vargas. Um século depois da primeira aberração, em 2009 do novo milênio, na cidade só se fala em Prefeitura Paralela...

A PREFEITURA PARALELA (I)
Acabou o mistério. Com o cuidado de se referir a um escritório, no que, aliás, tem sido atendido por setores da mídia, o ex (?) – prefeito José Ronaldo (foto)anunciou a já denominada Prefeitura Paralela, na Avenida Getulio Vargas, do mesmo lado do Paço Municipal - pouco mais de 100 metros depois, e mais perto ainda do outro poder, a câmara municipal, onde ele mantém um sólido “rolo compressor”, para quando necessário ir além do massacre à oposição.


A PREFEITURA PARALELA (II)
Nos encontros sociais (foto) do fim de semana a Prefeitura Paralela foi assunto dominante. Pelos comentários, o “grupo elite”, a “tropa de choque” e até “carrapatos” que desde janeiro receberam “férias forçadas”, já se movimentam para o dia da inauguração oficial, que muitos estão chamando “dia da posse”, inicio oficial do terceiro mandato. Existe inclusive uma discussão sobre a conveniência de convidar ou não o atual alcaide...

A PREFEITURA PARALELA (III)
Já se comenta que por conta da Prefeitura Paralela vai acontecer o esvaziamento da Praça dos Sapateiros, onde sob as sombras do oitis (foto), muitos ficam na dolorosa fila de espera dos cargos de direção e assessoramento, desde o DA1 ao DA6, este já batizado de “minha mão de farinha”. Estão de malas e bagagens com destino a Praça da Alimentação para que suas mágoas, queixas e decepções sejam mais facilmente ouvidas pelo ex (?) – prefeito.

A PREFEITURA PARALELA (IV)
Não se trata de intriga da oposição chamar o escritório do ex (?) de Prefeitura Paralela. Afinal, desde que iniciou em março de 1987 o mandato de deputado estadual (foto) até a renuncia do mandato de deputado federal em dezembro de 2000, para assumir a prefeitura, José Ronaldo nunca instalou escritório político na cidade. O atendimento publico ele fazia na própria casa ou num extinto órgão do Estado próximo a residência. Agora?...

FEIRA, EU TE CONHECO...
De repente, em que pese já passados dois anos e dois meses (alô terceiro mandato!), faz-se uma bem divulgada reunião e dela surge uma também bem divulgada “Caravana de Combate à Dengue”, que anuncia o Alto do Papagaio como a primeira comunidade a ser visitada. De repente (êta coincidência) anuncia-se um óbito com suspeita de dengue (foto). A vítima morava no bairro Conceição e nem o “atento” Lulinha sabia. (Como então, esquecer Janio Rego?)

CALA A BOCA BATISTA!
Ao Blog Demais, do jornalista Dimas Oliveira (foto), o prefeito disse que “não existem casos de nepotismo no governo”. Para provar que a administração “zela pela legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência”, a nota explica mais ou menos assim: Um secretário (cargo de confiança) não pode ter um filho também em cargo de confiança. Ele pode, sim, trabalhar por uma terceirizada. Nesse caso, falar em tráfico de influencia é só intriga...


MAIS UM “QUASE NADA”
No passado – não muito distante, logo depois dos atos de posse no executivo e legislativo, era comum, comunicadores insistirem na indagação: “Já saiu o quase nada de fulano?”. Era uma referencia aos cabos eleitorais, que agoniados aguardavam o anuncio do decreto de nomeação. Nesses tempos “bicudos” agora para todos, já não se pergunta no ar pelo "quase nada" de ninguém. Simplesmente porque além dos cabos eleitorais tem mais gente lutando por um “carnê” comissionado, ainda que seja o DA/6, também conhecido como “mão de farinha” (foto)...

DIREC VERSUS PREFEITURA
O governo do DEM, na época PFL, acabou com o ambulatório do Iapseb, pouco ligando para o protesto dos segurados. Como prefeito, também membro do mesmo grupo desde o tempo do finado pefelê, José Ronaldo não teve dificuldades para conseguir que o Estado emprestasse o imóvel ao Município. Política mudada, prazo vencendo, o diretor da Direc, advogado Carlos Alberto Moura Pinho (foto), está pedindo o prédio de volta. O governo do Estado promete colocar coisa boa no antigo Iapseb.

Um comentário:

  1. A PREFEITURA PARALELA -E o ridículo se fez, com todas as suas faces e perfis. Não é que o ex-prefeito José Ronaldo de Carvalho, ratificando o lastimável e humilhante bordão do TERCEIRO MANDATO, montou uma PREFEITURA PARALELA para governar com o bico da segunda caneta oficial, os destinos administrativos e político de Feira de Santana? Tudo muito às claras, sem subjetividade ou o mínimo pudor que o caso exigiria. Zé Ronaldo está instalado em confortável e bem equipado escritório político, ali numa sala encima do Limão Drinques, a apenas duas quadras do Paço Municipal onde um atarantado Tarcízio Pimenta se vê às voltas com o entulho autoritário deixado por Zé Ronaldo debaixo dos tapetes sujos do Poder Executivo.

    A PREFEITURA PARALELA de José Ronaldo é o caminho natural de todas as demandas que não estão sendo atendidas pelo gerente do TERCEIR MANDATO. Para lá se dirigem, não apenas os que têm algum penduricalho na Prefeitura Oficial, mas todos os movimentos e acontecimentos políticos que se desenrolam em torno do deputado Tarcízio Pimenta e da Câmara Municipal.

    Rumarias são organizadas diuturnamente à PRFEITURA PARALELA, enquanto a presumível independência e o poder político de Tarcízio escorrem pelo halo numa espiral que gira numa velocidade estonteante. Desprovido de uma cara que possa chama de sua, Tarcízio Pimenta é o arremedo do político desafiador e corajoso que outrora se apresentou à população de Feira de Santana com as credenciais da renovação política.

    Em seu entorno, gravitam os homens de ferro dos governos José Falcão, gente que conspirou contra às suas pretensões a mando do próprio José Ronaldo, hoje convertidos a “ HOMENS DE CONFIANÇA” no gabinete do desorganizado alcaide. Ali estão Geraldo Sampaio, Eduardo Teles, Cadimiel Pereira e outros não menos cotados. Uma respiração bizarra e logo o CHEFÃO Ronaldo estará informado em detalhes.

    Tarcízio Pimenta já acusou o golpe, mas se faz de desentendido para não acirrar os ânimos, preferindo fugir para atender ou despachar fora dos limites do Paço Municipal, de preferência sem aviso prévio e numa das secretarias situadas em bairros periféricos. É nestes encontros que, a boca pequena e em voz baixa, um diminuto Tarcízio Pimenta abre o seu coração a falar do desmando que encontrou setores vitais como a Saúde Pública e o Centro de Abastecimento, exemplos que como estes se espalham por toda a administração, mas Tarcízio, prisioneiro da obsessão de ser prefeito, resigna-se a baixar a cabeça e tocar sem olhar para os lados o TERCEIRO MANDATO, agora auxiliado expressamente com a montagem da PREFEITURA PARALELA de Zé Ronaldo.

    Lembra-me o TRISTE FIM DE POLIQUARTO QUARESMA, a obra prima de Lima Barreto. Tanto esforço para cultivar o seu pomar para depois ter que lastimar as saúvas que lhe roubam toda a colheita. Assim está o poder para Tarcízio Pimenta: Quantas guerras ele travou com o seu então inimigo político José Ronaldo de Carvalho, para hoje vê os seus seguidores comendo as sobras do banquete servido a José Ronaldo e os seus convivas de sempre.

    De toda a forma, apesar da submissão incondicional de Tarcízio, que já restou provado que não tem um pingo de sentimento ou vergonha pelo que deixou que se fizesse dele, quem sairá ganhando é o cidadão feirense, pois em vez de recorrer a um prefeito conta com o inédito privilégio de ser servido por dos prefeitos. Coisa para ser motivo de matéria do Fantástico ou para entrar nos livros dos Recordes ou dos Absurdos.

    Eu te conheço, Feira!

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