Um beijo roubado é só um beijo roubado.
Mas em plena campanha eleitoral virou destaque nos jornais Globo e Folha deste sábado.
Furtado da boca do candidato cuja folha corrida acumula 45% de rejeição em sua própria cidade, o episódio reveste-se de incredulidade.
O dono da repulsa e da boca premiada com o beijo ardente da balconista Talita dos Santos, 23 anos, morena, 1,75, ademais do talhe de galã, cultiva métodos que justificam uma ponta de dúvida presente até nas entrelinhas da mídia que o bajula.
É isso que dá dimensão política ao episódio.
O nome do personagem é José Serra.
Amigos e adversários creditam a ele uma das mais respeitáveis carteiras de charlatanismo eleitoral do país.
Exemplo?
Outubro de 2010:
Dilma abre 8 pontos sobre o tucano na largada do 2º turno presidencial.
Serra, então, 'sofre um ataque' de bolinha de papel.
O beijo remete a um retrospecto que recomenda cautela.
Entramos na derradeira semana da campanha municipal de 2012.
Serra e Haddad disputam uma vaga no 2º turno.
O desfrutável relator Joaquim Barbosa calibrou sua leitura no STF de modo a deixar a análise do chamado núcleo político do processo 470 para esse período.