Do vício e da jogatina para os jogos educativos. Esta foi a trajetória percorrida por duas máquinas caça-níqueis, de um lote de 126 apreendidas pela Polícia Federal na Bahia. A metamorfose só foi possível, quando as antigas máquinas programadas para lesar os jogadores foram reprogramadas e passaram a integrar o acervo do Museu Ciência e Tecnologia (foto), da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), reinaugurado há duas semanas, na Avenida Jorge Amado em Salvador.
A idéia de reprogramar as máquinas caça-níqueis para servirem de instrumentos de popularização da ciência partiu da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti). As máquinas seriam destinadas ao lixão, mas por intervenção do secretário estadual de C&T, Ildes Ferreira, elas foram doadas à UNEB e repassas ao Museu de C&T. Após a experiência-piloto das duas primeiras máquinas, Ferreira pretende firmar um convênio com a UNEB para doar o restante dos equipamentos.
Com a mudança pedagógica, em lugar de um software para engolir as moedas do usuário, com a voracidade de uma ave de rapina, as máquinas contêm, agora, dez joguinhos educativos, para medir o conhecimento de lógica e matemática.
Com ume estímulo para lá de animador: ao ser acionada a tela mostra uma mensagem do cientista Alberto Einstein, o pai da Teoria da Relatividade, afirmando que quem conseguir resolver as questões de lógica e matemática é mesmo uma pessoa muito inteligente. Os equipamentos foram reprogramados pelo analista de sistema pernambucano Flauberto Melo.
“Agora a aposta é outra”, brinca Roney Santos, Relações Públicas do Museu de C&T. “A grande aposta é de que essas antigas máquinas caça-níqueis vão virar uma das principais atrações para os jovens que vistam o museu, sozinhos ou em grupos de estudantes durante as visitas programadas das escolas”. O próprio Roney não resistiu ao encantado das máquinas e foi conferir os jogos: “É muito bacana, muito lúdico e instrutivo, mas também não é qualquer joguinho fácil, exige muia atenção e raciocínio”, define.
Já o secretário Ildes Ferreira, que cedeu as máquinas caça-níqueis ao museu para que fossem reprogramadas e utilizadas de forma educativa, observou que “a educação para a ciência é o primeiro passo para o desenvolvimento econômico e tecnológico e o fator que faz esse museu valiosíssimo”.
Interatividade é a marca do Museu de C&T
Reinagurado oficialmente pelo governador Jaques Wagner após reforma e ampliação de seu acervo e instalações, além de mudanças na estrutura física, o Museu de C&T adquiriu novos equipamentos, como um simulador de terremoto e um modelo de demonstração de vulcão. Também foram recuperados as esculturas do artista Mario Cravo e o novo auditório professor Roberto Santos.
Criado em 1979 pelo ex-governador Roberto Santos, o MC&T foi, à sua época, o primeiro museu interativo de ciência da América Latina. Fechado em 1990, ele passou 16 anos sem abrir as portas, reabrindo em 2006. Em 1995 foi incorporado à UNEB. A partir de 2008, o museu foi reestruturado pelo Governo do Estado, num investimento de mais de R$ 2,9 milhões.
A interatividade é uma das marcas do Museu de C&T, pois, quase todas as peças podem ser manuseadas pelos visitantes, que contam ainda com o auxilio de monitores, todos estudantes universitários. Os monitores explicam o funcionamento dos mais variados mecanismos de funcionamento das peças expostas.
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