Com a autoconfiança que lhe é
peculiar, o presidente Lula achou que conseguiria aprovar a agenda do governo
no Congresso costurando acordos por cima, com os comandantes da Câmara, Hugo
Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Apesar da fama de infalível dentro do PT, ele errou no diagnóstico. Hoje, a
balança de poder entre Executivo e Legislativo não é a mesma de seus dois
mandatos anteriores. Deputados e senadores não ficam mais de pires na mão atrás
do Palácio do Planalto, controlam uma fatia de 50 bilhões de reais do
Orçamento, nem sempre priorizam o debate de projetos e, muitas vezes, preferem
atuar na arena das redes sociais. Um Parlamento mais independente em relação ao
governante de turno tem mais condições de conter tentações autoritárias ou
malabarismos econômicos — e pode ser, portanto, benéfico para o país. Não foi o
que ocorreu no primeiro semestre deste ano, quando os congressistas apostaram
em pautas corporativistas, contemplaram lobbies poderosos e deixaram em segundo
plano propostas de interesse do país. Mais.

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