sábado, 2 de fevereiro de 2013

PMDB MOSTRA SUAS GARRAS


Eleição acachapante de Renan Calheiros no Senado e favoritismo de Eduardo Alves, na Câmara, a ser confirmado na segunda-feira 4, mudam quadro da sucessão presidencial; aliados do governo, PSB e PDT saem ressentidos de derrota por 38 votos de diferença; fortalecido, PMDB põe pressão sobre a presidente Dilma; tremor na base governista beneficia, sim, a ele mesmo: Lula
1 DE FEVEREIRO DE 2013 ÀS 21:03
Marco Damiani _247 – O PMDB será, daqui por diante, o aliado mais adversário que o governo da presidente Dilma Rousseff poderia ter arrumado. O trio formado por Renan Calheiros, eleito no início da tarde desta sexta-feira 1 presidente do Senado, Henrique Alves, que disputa na segunda 4 a presidência da Câmara na condição de franco favorito, e Eduardo Cunha, o deputado federal fluminense que deve ser eleito, no dia seguinte, líder da legenda, compõe uma tropa de elite atenta a grandes negócios, com ampla ascendência sobre cargos públicos e vasta experiência na atividade parlamentar. São o que o PMDB, do ponto de vista dos interesses do partido, tem de melhor. A eles se soma, com estilo mais discreto, mas igualmente eficiente, o vice-presidente Michel Temer, que já teria recebido garantias da própria Dilma de que estará ao lado dela na chapa presidencial.
Como a presidente não sairá arranhada diante de tantas garras?
É somente do ponto de vista da disputa eleitoral de 2014 que se pode compreender o afinco com o que o Palácio do Planalto e o PT trabalharam para eleger Renan e estão empenhados em dar a vitória a Alves. Os petistas deram no Senado uma prova de reconhecimento da ampla estrutura nacional do PMDB e passaram recibo de que contam com ela para vencer a disputa em primeiro turno. Até lá, a legenda terá em Renan, sempre, um presidente disposto a enfrentar cada ato do Supremo Tribunal Federal que considere ingerência sobre os assuntos da Casa. Por osmose, Alves deve adotar o mesmo discurso em defesa de um parlamento que não cede a outro poder, no caso, o Judiciário. O mesmo enrijecimento irá acontecer, como efeito colateral, frente ao Executivo. "A derrubada de um veto não é nenhum fim do mundo", proferiu Renan em seu discurso de posse. Recado mais direto para Dilma, a única pessoa no País com poderes para barrar uma decisão do Congresso, impossível. CONTINUA

Nenhum comentário:

Postar um comentário