Por Fernando Brito
Jair Bolsonaro assinou decreto concedendo a Grã-Cruz da
Ordem de Rio Branco ao astrólogo Olavo de Carvalho.
Embora esperado, já que se trata do patrono da indicação de
Ernesto Araújo para o Itamarati, é uma, perdão, esculhambação com a honraria
dada a quem se destaca pelos serviços
prestados ao país.
O artigo 9°, item B, do regulamento da Ordem diz que só
poderão recebê-la, neste grau, “Presidente da República, Vice-Presidente da
República, Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado Federal,
Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministros de Estado, Governadores dos
Estados da União e do Distrito Federal, Almirantes, Marechais, Marechais-do-Ar,
Almirantes-de-Esquadra, Generais-de-Exército, Tenentes-Brigadeiros,
Embaixadores estrangeiros e outras personalidades de hierarquia equivalente. ”
Olavo de Carvalho estar em “hierarquia equivalente” por
promover mistificação intelectual e sair-se, diariamente, no Facebook com
pérolas como a de hoje: “Uma direita antibolsonaro é como um pinto anti-ereção.”
A esta altura, disparando provocações em todas as direções,
especialmente aos militares que dominam as estruturas do governo, a
condecoração é quase uma subscrição presidencial ao que o “Bruxo da Virgínia”
diz, como foi o jantar en petit comité na véspera do encontro com Donald Trump.
Cada Calígula tem o Incitatus que merece.
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