sábado, 29 de dezembro de 2018

O EXÍLIO SEM SAIR DE CASA


Por Nilson  Lage, colaboração para O Tijolaço

Para homens e sociedades, querer e acreditar ser constituem pressupostos para ser de fato – porque eles mesmos constroem, em grande parte, dia a dia, a própria realidade. A imagem espontânea que um povo faz de si mesmo – fundada no desejo que reflete experiência histórica – deve ditar o sentido geral que corrigirá desvios e manterá coerência.

Nasci em país católico de um Deus tolerante. Éramos mestiços e orgulhosos da “fusão de três raças tristes”. Nossas mães ou avós, reais ou postiças, as mulheres de que mamamos, que nos embalaram, velaram por nós e nos amaram foram tomadas de povos da terra ou vieram escravas em porões de navios: elas nos legaram enorme capacidade de adaptação e aceitação do outro, o anseio de abraçar o mundo com o carinho que todos os povos merecem e o respeito discreto às diferenças, sem depreciá-las ou exaltá-las. MAIS

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