sábado, 1 de julho de 2017

DECORO É (OU ERA) BOM E A JUSTIÇA GOSTA. OU GOSTAVA

Por Fernando Brito

Se o prefeito de Guarapirunga do Norte, a dois meses de encerrar seu mandato, dissesse que “”enquanto houver bambu lá vai flecha, até 17 de setembro a caneta está na minha mão”, isso seria escandaloso, prova do atrelamento do poder público  à vontade pessoal do mandatário.
Mas, como foi dita por Rodrigo Janot e a flecha é contra Michel Temer – que merece um cento delas –  não choca ninguém.
A mim, choca.
Vai para a galeria das bravatas, como as de Gilmar Mendes, seu adversário  e aparador de suas flechas.
Não é linguagem compatível com o chefe do Ministério Público, como as de Gilmar não são para ministros do Supremo.
Mas são o que temos, a esta altura.
Um ministro prende outro solta; o mesmo ministro prende, depois solta, sem que nada de relevante tenha acontecido. Um promotor de 1ª instância esculhamba  dois ministros do Supremo, acusando-o de cúmplice da impunidade da corrupção.
As discussões da Justiça brasileira se assemelham, cada vez mais, a bate-bocas de botequim.
Decoro, lei, ponderação? Passem outro dia, está em falta.

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