Por Fernando Brito
O governo Temer subiu ao poder aos gritos de “cortar,
cortar, cortar!”.
Era a voz da mídia, amplificado a voz do “mercado”, isto é,
a voz do dinheiro.
A fúria “cortista” não economizava exemplos: cortem-se
ministérios (com o da Cultura, aliás, saiu “caro”), corte-se publicidade nos
“blogs sujos” (de minha parte, agradeço a comprovação de que não me vinha um
“tusta” do Governo), corte-se até assessores e a despensa do Palácio da
Alvorada, onde aquela malvada Dilma gastadeira (só rindo) comia demais.
Para qualquer um com mais de dois neurônios, claro, pura
quinquilharia de efeito publicitário.
Para valer – um dia, claro – a “retomada” do dinheiro à
disposição do BNDES para ofertar crédito
às empresas e as “metas orçamentárias” para não gastar mais – apenas a variação
inflacionária, e olhe lá – durante uma geração.
Bastou um mês e mais metade para que se visse que a verdade
é outra.
Pode-se, claro, cortar naquilo que é estruturante:
capacidade produtiva, educação, saúde pública.
Mas não se pode senão gastar mais no que é a única “meta”
para valer do governo Temer: consumar a usurpação de poder.
Quem não teve voto, claro, precisa de apoio político.
E apoio político, do dia para a noite, porque a votação do
impeachment está logo ali.
Então, aí está a razão do “pacote de bondades”.
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