Por Miguel do Rosário
O blogueiro Miro Borges lembra
que o amor da grande mídia à figura do delator vem de longe.
Na ditadura, os barões da mídia
delatavam os próprios jornalistas que trabalhavam em suas empresas.
A Folha chegou a emprestar seus
furgões para que a polícia política transportasse os presos que seriam
torturados.
Torturados, é bom lembrar, para
que se transformassem em delatores.
O espírito autoritário do Estado
sempre se revela assim: na tentativa de transformar cidadãos em desprezíveis
delatores.
É o acontece em todos os
fascismos, inclusive nos regimes fascistas de esquerda, como nos tempos mais
sombrios da União Soviética e da Alemanha Oriental.
E agora, o fascismo judicial, com
apoio histérico da mídia, quer novamente transformar delações arrancadas de
maneira ilegal, vazadas de forma ilegal, e distorcidas na imprensa de forma
ilegal, na principal prova de acusação.
O que importa é produzir a
condenação política e midiática. O resto vem na sequência.
Os juízes das instâncias
superiores depois são intimidados. Se não chancelam o arbítrio, são massacrados
nas grandes mídias.
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