Nome de rua no bairro Jardim Acácia, viajo no tempo e encontro Moreira de Pinho, "guarda-livros" de firma Cerqueira & Irmão. Numa sala isolada do imenso balcão, apenas três pessoas: seu Avelino contando dinheiro, seu Tatai (Antonio Carlos Pinto de Almeida) e Moreira de Pinho, que não dispensava o lápis com borracha, que quando não estava sendo utilizado era vista numa das orelhas do poeta, que um dia escreveu e a Folha do Norte publicar em abril de 1952:
É a partida um paradoxo,
Que
jamais a gente explica:
- Quem fica, fica saudoso,
quem parte, esquece quem fica.
Mas muita vez na partida,
o caso muda entre os dois:
- Quem parte, leva saudade,
quem fica esquece depois.
Outra vez, por um capricho,
Que o destino se distrai,
Quando alguém vai para longe,
A saudade fica e vai.
É a partida um paradoxo,
Que jamais a gente explica:
- Quando se finge saudade,
Saudade não vai,
nem fica.



Nenhum comentário:
Postar um comentário