sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

OS POETAS DA CIDADE

Moreira de Pinho

Nome de rua no bairro Jardim Acácia, viajo no tempo e encontro Moreira de Pinho, "guarda-livros" de firma Cerqueira & Irmão. Numa sala isolada do imenso balcão, apenas três pessoas: seu Avelino contando dinheiro, seu Tatai (Antonio Carlos Pinto de Almeida) e Moreira de Pinho, que não dispensava o lápis  com borracha, que quando não estava sendo utilizado era vista numa das orelhas do poeta, que um dia escreveu e a Folha do Norte publicar em abril de 1952:

É a partida um paradoxo,  
Que jamais a gente explica: 
 - Quem fica, fica saudoso,
quem parte, esquece quem fica.
Mas muita vez na partida,
o caso muda entre os dois:
- Quem parte, leva saudade, 
quem fica esquece depois.
Outra vez, por um capricho,
Que o destino se distrai,
Quando alguém vai para longe,
A saudade fica e vai.
É a partida um paradoxo,
Que jamais a gente explica:
- Quando se finge saudade,
Saudade não vai, nem fica.              

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