Por Luis Nassif
A notícia de que o governador Geraldo Alckmin irá acabar com
a CEPAM (Centro de Estudos e Pesquisas da Administração Municipal) e com a
Fundap, é o fecho de uma política obscurantista que passou a dominar São Paulo
nas últimas décadas.
Começou no primeiro governo Mário Covas. Houve o
esvaziamento de várias instituições mas imaginava-se que passageiro, enquanto
se completava o ajuste fiscal.
Com a ascensão de Geraldo Alckmin e, depois de José Serra,
completou-se o quadro de desmanche. Fundações estaduais foram aparelhadas - da
mesma maneira que os tucanos apontam para os petistas no âmbito federal.
Serra colocou apaniguados na USP, no Instituto Butantã, no
Memorial da América Latina, na Fundação para o Desenvolvimento da Educação. No
caso do FDE, mudou totalmente sua missão - a de construir e reformas escolas -
para que pudesse adquirir assinaturas de revistas e compras milionárias da
empresas amigas. Tirou o brilho da OSESP (Orquestra SInfônica do Estado de São
Paulo), do Conservatório de Tatuí, da Universidade Livre de Música, dos
institutos de pesquisa. E Alckmin completou o desmonte, com uma visão
administrativa anacrônica até para cidades de interior.
Mais do que nunca a gestão das cidades, os modelos
administrativos avançam no mundo todo, tornando as pesquisas e o planejamento
peças cada vez mais centrais nas administrações públicas. O fechamento das duas
instituições se faz sob o silêncio cúmplice do Estadão, certamente com o velho
Júlio Mesquita remoendo na tumba: o jornal criado pelo grupo político que
montou a USP é cúmplice do maior assassinato intelectual da história do Estado.
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