Por Altamiro Borges
Os ilustres membros do Judiciário – o mais hermético dos
poderes da República e também o mais corrupto, segundo vários estudos –, adoram
os holofotes midiáticos. No geral, prevalece uma relação promíscua entre estes
dois aparelhos de hegemonia na sociedade. Os juízes nunca investigam os barões
da mídia, nunca punem os impérios midiáticos nos casos de desrespeito à
Constituição e ainda garantem sentenças favoráveis ao setor – como agora, na
condenação do blogueiro Miguel de Rosário, perseguido pelo censor Ali Kamel,
diretor de jornalismo da poderosa Rede Globo. Na outra ponta, os veículos de
imprensa não acionam suas equipes de “jornalistas investigativos” para apurar
denúncias de irregularidades no Poder Judiciário. Há uma relação de sedução e
medo entre estes dois aparatos. Muito raramente ela é quebrada, como agora com
a patética história do juiz Flávio Roberto de Souza, flagrado ao volante de um
luxuoso Porsche apreendido do empresário-trambiqueiro Eike Batista.
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