Por Tamara Baranov,
Rio Claro, São Paulo
Nas décadas de 1960 e 1970 a ditadura controlava a música,
teatro, cinema e literatura. Apesar de toda a repressão os festivais da MPB
eram realizados pelas emissoras de TV em São Paulo. Em 1967, aconteceu o III
Festival da Música Popular Brasileira, produzido pela TV Record, com grande
participação do público que torcia pelas canções e intérpretes favoritos. Por
ter sido um dos festivais mais importantes, em 2010, foi lançado o documentário
‘Uma Noite em 67’ dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil, com imagens de
arquivo e apresentações da final do festival.
Um fato curioso e marcante da época foi a ‘Passeata Contra a
Guitarra Elétrica’ dias antes do festival. A guitarra elétrica não era
unanimidade e dividiu muitos artistas e população. Com o slogan 'Defender O Que
É Nosso' e 'Passeata da MPB', a passeata aconteceu em 17 de julho de 1967, em
São Paulo, e era liderada por Elis Regina acompanhada de Jair Rodrigues, Zé
Keti, Geraldo Vandré, Edu Lobo, MPB-4. Dizem que Gilberto Gil só participou
porque estava apaixonado por Elis e Caetano não quis fazer parte da marcha, ele
e Nara Leão assistiram da janela do Hotel Danúbio. Nara teria comentado que a
passeata mais parecia uma manifestação integralista.
Meses depois, em outubro de 1967, Caetano e Gil levaram
bandas de rock para tocar junto com eles no III Festival da Música Popular
Brasileira. Caetano se apresentou com a banda ‘Beat Boys’ na apresentação de
‘Alegria, alegria’, e Gil com os ‘Mutantes’ em ‘Domingo no Parque’.
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