segunda-feira, 29 de maio de 2017

AS FILARMÔNICAS EM EVENTOS

Do livro "Feira no século XX"
Até a década de 50, Feira de Santana tinha três filarmônicas, Vitória, Vinte e Cinco de Março e Euterpe Feirense, como as principais mantedoras das tradições do início do século XX.

Acompanhavam procissões, enterros de sócios, faziam retretas aos domingos nas três praças da cidade que tinham coreto (Bernardino Bahia, Matriz e Fróes da Motta), promoviam passeios ferroviários para cidades vizinhas e ainda mantinham uma mini escola de música para quem desejasse tocar algum instrumento.

Sobre isto o nosso querido e falecido amigo Alberto Alves Boaventura nos conta, em seu livro ‘Estórias e Fatos’, o seguinte acontecimento:

O Coronel Américo de Almeida Pedra foi, na verdade, o arauto desse movimento. Não podia ele ouvir falar em músico, que logo se movimentava para a sua contratação. De tal forma, que todo aquele cidadão que aparecesse aos ensaios da filarmônica, ele estava a perguntar:

Certo dia chegou ao ensaio da banda um jovem vindo da cidade de Mundo Novo (ali era arquivista da filarmônica local) e como demonstrasse muita atenção nas partituras executadas, o Coronel Pedra não perdeu tempo e aproximou-se do Daniel (este era o seu nome) e perguntou:

- “Caboclo você sopra?”
E Daniel, que era crioulo metido, respondeu:
- “Às vezes.”
O coronel insistiu:
- “O que você sopra?”
Daniel, fagueiramente, disse:

- “Café quando está quente...” 

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