Do livro "Feira no século XX"
Até a década de 50, Feira de Santana tinha três
filarmônicas, Vitória, Vinte e Cinco de Março e Euterpe Feirense, como as
principais mantedoras das tradições do início do século XX.
Acompanhavam procissões, enterros de sócios, faziam retretas
aos domingos nas três praças da cidade que tinham coreto (Bernardino Bahia,
Matriz e Fróes da Motta), promoviam passeios ferroviários para cidades vizinhas
e ainda mantinham uma mini escola de música para quem desejasse tocar algum
instrumento.
Sobre isto o nosso querido e falecido amigo Alberto Alves
Boaventura nos conta, em seu livro ‘Estórias e Fatos’, o seguinte
acontecimento:
O Coronel Américo de Almeida Pedra foi, na verdade, o arauto
desse movimento. Não podia ele ouvir falar em músico, que logo se movimentava
para a sua contratação. De tal forma, que todo aquele cidadão que aparecesse
aos ensaios da filarmônica, ele estava a perguntar:
Certo dia chegou ao ensaio da banda um jovem vindo da cidade
de Mundo Novo (ali era arquivista da filarmônica local) e como demonstrasse
muita atenção nas partituras executadas, o Coronel Pedra não perdeu tempo e
aproximou-se do Daniel (este era o seu nome) e perguntou:
- “Caboclo você sopra?”
E Daniel, que era crioulo metido, respondeu:
- “Às vezes.”
O coronel insistiu:
- “O que você sopra?”
Daniel, fagueiramente, disse:
- “Café quando está quente...”
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