Por Fernando Brito
Morei numa vila, no Lins de Vasconcellos, em frente ao
Centro Tupyara.
Tinha uma senhora, Dona Josefina, que na falta de ocupação
mais útil, dedicava-se a fazer, quando encontrava com as outras moradoras,
fofocas cujo tema inevitável, eram as “más companhias” dos meninos da vila.
Quem eram as “más
companhias”?
Dependia de com quem a Dona Josefina falava.
Às vezes, era o Ernâni, o “mais velho” (tinha 17 anos) que
não podia querer boa coisa andando com uma garotada mais nova.
Ou éramos eu e meu irmão, “os filhos da desquitada” que,
sabe como é, boa coisa não podíamos ser, filhos de “um lar desfeito”.
Ou o Afrânio, que tinha cabelos compridos.
Ou o João, que era “sonso”, um doce de sujeito.
O Paulinho, que era negro.
Até que apareceu a maravilha tecnológica do gravador “K-7”.
E a gente, veja só, usou para gravar algumas “denúncias” da
Dona Josefina às zelosas mães de família, com o auxílio de algumas que já não
aguentavam a “fofocalhada”.
Deixo que cada um imagine o resultado do “grampo” juvenil à
Dona Josefina, quando a mãe ouvia que a “má companhia” era seu próprio filho.
Transportei-me para o Lins de Vasconcellos, hoje, lendo os
depoimentos publicados pelo Estadão sobre “o apartamento do Lula”.
Me disseram, ouvi dizer, comentaram, etc…
Eram “familiares do Lula”, mas não sabem o nome…
Um era loura, bonita. Outro tinha tatuagem.
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