A Folha hoje se supera.
Apresenta como “prova” da ligação de Lula com o sítio que
ele nunca negou frequentar, em Atibaia, um barco comprado por D. Mariza, sua
mulher e mandado entregar lá.
A “embarcação”, como se vê no próprio jornal, é um bote de lata comprado por R$ 4.100.
Presta para navegar num laguinho, com a mulher, dois amigos
e o isopor, se ninguém fizer muita gracinha de se pigar em pé, fazendo graça.
É o “iate do Lula”, quase igual ao Lady Laura do Roberto
Carlos e só um pouco mais modesto do que as dúzias de lanchas que você vê em
qualquer destes iate clubes que existem em qualquer cidade praiana.
A pergunta, obvia, é: e daí que o Lula frequente o sítio? E
daí que sua mulher tenha comprado um bote, sequer a motor, para pescar umas
tilápias, agora que já não pedem, como nos velhos tempos, fazer isso na represa
Billings?
Qual é a prova de que a reforma do sítio foi paga pela
Odebrechet (segundo a Folha) ou pela OAS (segundo a Veja)?
E se o Lula frequentasse a mansão de um banqueiro? E se
vivesse nos iates – os de verdade – da elite rica do país?
O que o barquinho mixuruca prova a não ser a absoluta
modéstia do sujeito que, quatro anos atrás, escandalizava essa gente carregando
um isopor para a praia?
Os jornais, a meganhagem e a turma do judiciário – que já
não se separam nisso – estão dedicados a destruir o “perigo lulista”.
Esqueçam o barquinho: o que eles querem é ter de novo o leme
do transatlântico.
Perderam até a noção do ridículo, convencidos de que já não
há resistência a ele nas mentes lavadas do país.
E acabam revelando que, em suas mentes, o grande pecado de Lula, que ganha em palestras pagas o suficiente para comprar uma
“porquera” daquelas por minuto que passe falando, ou para alugar uma cobertura
na Côte D’Azur do Guarujá é continuar
pensando como pobre: querendo comprar
apartamento em pombal e barquinho de lata para ficar de caniço, dando banho em
minhoca.
É que ter nascido pobre é um crime que até se perdoa,
imperdoável mesmo é continuar se identificando com eles.
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