Um dos grandes advogados da Feira de Santana, orador que
sabia levar a plateia ao delírio, nas eleições de 1962, campanha de Chico Pinto
para prefeito e Waldir Pires governador, recordo Carlos Pires, num comício no
distante Sobradinho, em frente a chácara de seu Coriolano de Carvalho, assim
definindo Francisco Rocha Pires, candidato a vice de Lomanto Jr. “Ele tem duas
grandes referências no nome: o Francisco de Pinto e o Pires de Waldir”.
Lembro como se fosse hoje, sempre no entardecer, Carlos
Pires, paletó aberto, segurando o jornal, deixando o escritório no prédio da
Loja Pires, de seu pai João Pires, para um “dedo de prosa” com Milton Costa,
outro grande orador, seu amigo, quase irmão.
Candidato a vereador nas eleições de 1972, óbvio que Carlos
Pires, mais do que eleito, obteve expressiva votação. Empossado, não gostou da
experiência, sempre pedia licença, passando o mandato para o suplente Luiz
Rogério Mendes Cruz. Continuou grande advogado, grande orador, grande poeta:
Amo o teu lindo corpo que seduz,
De altivo porte e esmerado encanto
Do teu sorrir eu amo o terno canto,
Amo do olhar o bálsamo da luz.
Amo a doçura do teu beijo santo,
Amo até mesmo a agrura do teu pranto,
Mas redentor que as lágrimas da cruz!
Amo estes versos que por ti componho,
Amo os delírios mágicos do sonho,
E ao mundo inteiro o meu amor proclamo.
Amo os contrastes que o teu rosto encerra:
A placidez do céu e a dor da terra,
E sinto o amor de Deus, porque eu te amo!


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