por Luiz Carlos Azenha
Milhares de pessoas cercam o prédio de uma assembleia
legislativa. Encaram bombas e balas de borracha. Impedem a votação do plano de
austeridade de um dos principais governos estaduais do Brasil.
Manchete da Folha? Outra notícia, vinda também de Curitiba,
extraída de um antigo depoimento do doleiro: José Dirceu sabia (dos desvios na
Petrobras). Depoimento, aliás, desmentido pelo próprio. E pelo também citado
tesoureiro do PT, João Vaccari. O doleiro disse à PF o que bem entendeu. No
caso, ele é o réu confesso. Mas sua palavra é publicada como verdade absoluta e
inquestionável.
O que está acontecendo?
O suposto envolvimento de Dirceu cai como uma luva no
roteiro. Mensalão + petrolão = Lula derrotado em 2018. Mas, para que tenha
credibilidade, é preciso eliminar do escândalo o que a Globonews chamou de
“período que antecede o governo petista”. Sarney? Itamar? Médici?
É por isso que, como notou o presidente do PT, a curiosidade
dos delegados que colhem depoimentos na Operação Lava Jato parece se fixar no
período pós-2003.
É como se Youssef, o doleiro, não tivesse servido também a
tucanos.
Aliás, a credibilidade do PT está no fim com os eleitores
também pelo fato de o partido ter convivido muito bem, sempre, com a herança
maldita dos antecessores.
A origem da máfia dos sanguessugas — que vendia ambulâncias
superfaturadas — foi o ministério da Saúde sob José Serra, mas ela prosseguiu
depois que Lula assumiu o poder.


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