sábado, 7 de fevereiro de 2015

A VERDADE POR TRÁS DAS “NOTÍCIAS”

Vale registrar o que a imprensa não divulga que o mesmo relator informou em seu depoimento que recebe propina de contratos da Petrobras desde 1997, no governo de FHC

Valmir Prascidelli
O jornalismo nacional vive um momento de baixo nível. Notícias divulgadas sem a devida apuração e a comprovação necessária viram "verdades" e pessoas são condenadas sem nenhuma reflexão, apuração e antes de serem julgadas.

O mais recente exemplo envolve o atual tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Denúncia feita por um delator aponta que o partido recebeu, desde 2003, US$200 milhões em repasses supostamente irregulares. A partir daí, sem qualquer preocupação em se apurar a verdade sobre o caso, ele já é criminalizado como o responsável.

Mas basta uma análise um pouco mais profunda para perceber que muita coisa está fora do lugar nessa história. De 2003 até agora, o PT já teve 4 tesoureiros: Delúbio Soares, Pimentel, Paulo Ferreira e Vaccari, que ocupa o cargo nos últimos 5 anos. O problema é que, antes mesmo dessa reflexão, a desinformação já foi esparramada. É o tal do jogo político leviano, no qual vale tudo para tentar atacar e caluniar com o PT.

Nesse mesmo jogo, também existe a omissão. Vale registrar o que a imprensa não divulga que o mesmo relator informou em seu depoimento que recebe propina de contratos da Petrobras desde 1997, no governo de FHC. Além disso, nunca é dito que as empresas que fornecem à Petrobras e foram denunciadas na Operação Lava a Jato deram dinheiro, formalmente, não só ao PT, mas a todos grandes partidos do país.

Somente a UTC, uma das empresas envolvidas nas denúncias, doou ao PSDB em 2010, R$750 mil. As empresas Camargo Correia, com R$200 mil; OAS, com R$ 250 mil e Galvão Engenharia, com R$ 270 mil, dentre outras, também deram dinheiro para a campanha de Aécio Neves em 2010. Além disso, a Andrade Gutierrez e a Queiroz Galvão contribuíram com o PSDB Nacional, apenas para ficar em alguns exemplos. E mais: a Mendes Junior deu R$1,480 milhões ao PSDB de MG, enquanto a Queiroz Galvão destinou mais R$ 2 milhões.

Isso quer dizer que todas elas desviaram recursos da Petrobras e ajudaram o PSDB? Não! Elas seguiram o modelo de financiamento de campanha atualmente em vigor no País, com recursos privados. É isso que tem que mudar.

A solução está na reforma política, incluindo o fim da contribuição de pessoa jurídica às campanhas. Em outras palavras, empresas não poderiam financiar candidatos nem partidos. O problema é que a maioria do Congresso, por motivos óbvios, não quer mudar e parte da imprensa alimenta isso.

É também evidente que essas notícias fazem parte de uma disputa política contra o PT e contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff. Não estamos aqui nos eximindo de nada. Se existiram erros, temos que corrigi-los e buscar evitar que voltem a ocorrer. Mas está claro que a elite brasileira, e setores da grande imprensa e os partidos de oposição querem é impedir o PT de governar para a maioria, e ainda interromper um ciclo não só de crescimento econômico, mas também de inserção social e principalmente de recuperação da auto estima dos trabalhadores que produzem a riqueza do Brasil. Ciclo de desenvolvimento nacional que nos últimos 12 anos tem transformado para melhor o país, melhorando sobretudo a qualidade de vida dos brasileiros.

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