Igreja dos Remédios
“29 de maio de 1940 - O poeta Godofredo Filho, ilustre
feirense, ex-professor da Escola Normal e assistente técnico da 5ª Região do
Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, está empenhado em obter
apontamentos sobre a capela de N. S. dos Remédios, no sentido de a colocar sob
a proteção do mesmo Serviço.
Neste ponto, como em tantos e importantes outros, falham
lamentavelmente os dados de que se dispõe, bastando lembrar, a respeito, que
ninguém sabe como, quando e onde morreu
Maria Quitéria de Jesus.
Não se conhece a data de fundação do pequenino templo, com a
sua torre que é, na opinião de Godofredo “tudo que a Feira possui de
interessante em arquitetura”, tendo sido “salva de maior profanação” nas
sucessivas remodelações porque passou a capela.
Diz-se que da comissão que a construiu fez parte o velho
boticário Gouveia; que a louça da torre
foi uma oferta do capitalista Joaquim Pedreira de Cerqueira; e que um dos sinos
viera do engenho “IIicuritiba”, doado pelo agricultor português cel. Felipe
Benício Teles Barreto. Nada porém de certo e comprovado.
No dia 7 de novembro de 1859, pela manhã, o imperador d.
Pedro II visitou a capela dos Remédios. Em
1864 era seu administrador Joaquim Pereira da Silva.
Este foi, segundo
alguns antigos moradores da cidade,
o fundador e construtor da capela, antes, muito antes de 1846,quando
para esta vila se transferiu a sede da freguezia, que era, até então, o arraial
de São José das Itapororocas.
Outras opiniões dão, porém, à capela dos Remédios origem
mais remota. O certo é que já em 1835 era ali que se reunia o “tribunal de
julgação”.
Caboclo alto, forte, já entrado em anos quando o
conheceram velhos habitantes da cidade,
Joaquim Pereira da Silva, se não foi o
fundador e construtor, foi remodelador zeloso e devoto da capelinha. Negociante
estabelecido em casa de molhados à Rua Direita do Comércio, tinha o apelido de Joaquim Grande e do
próprio estabelecimento, que era próximo, estava constantemente a observar as
obras que do seu próprio bolso fazia executar na capela.
Da torre se encarregou a princípio o pedreiro Pacheco e
depois, vindo de Cachoeira, Francisco, vulgo Chico. Ficou, depois,
cognominado Chico da Torre.
Estes informes devemo-los, principalmente, ao falecido
Possidonio José da Silva (Possidonio Cabano)
Em 1895 estava quase arruinado o templosinho dos
Remédios. Foi restaurado e reentregue ao
culto em 1900, quando se realizou, ali, uma das mais pomposas festas religiosas que a cidade tem
assistido até hoje.
Em 1917 demoliu-se a fachada principal, erguendo-se nova
frente, que obedeceu a planta traçada pelo Sr. Miguel Araujo.
Volvidos três lustros, necessidade houve de uma
remodelação completa na capelinha. Dela
se desobrigou uma comissão em que foram figuras principais os srs. Heráclito Dias de Carvalho e Antonio
Ferreira da Silva. Reabriu-se, então, em outubro de 1936,
(Da coluna Vida Feirense do jornalista, ex-intendente e ex-prefeito
Arnold Silva)
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