terça-feira, 3 de maio de 2011

EX-MÉDICO DE CHICO ANYSIO RESPONDE ÀS CRÍTICAS DO HUMORISTA, EM CARTA ABERTA ENVIADA À REDAÇÃO DO UOL

Após ler a entrevista de Chico Anysio, publicada no UOL nesta terça, 3 de maio, o médico Luiz Cesar Cossenza Rodrigues enviou uma carta aberta à redação para contar sua versão sobre o atendimento prestado ao humorista, relatando fatos que aconteceram no período em que Chico esteve internado em uma unidade de terapia intensiva de hospital, no Rio. Na entrevista, Chico afirmou "se eu ficasse com o médico anterior [Luiz César Cossenza Rodrigues], teria morrido. Ele estava levando a coisa errada. Houve uma espécie de omissão da parte dele."Leia, abaixo, a íntegra da carta enviada pelo médico à redação do UOL:


Caro Chico

Fico surpreso diante de sua declaração denegrindo minha imagem como médico. Sempre tivemos uma relação de confiança e respeito. Eu o considero, não como muitos um humorista, mas um artista completo, um verdadeiro gênio. Sabes que fui seu amigo e médico por anos, sendo tratado por você como filho. Tenho em minha casa, em posição de destaque, um quadro pintado por você e entregue a mim pessoalmente.Sabes ainda que varias vezes o tirei de situações criticas, que mais de uma vez o salvei da morte.

Esta internação, que gerou todo este desgaste, foi programada e antes de ser internado estivemos almoçando juntos em sua casa e conversando sobre assuntos íntimos, a ponto de sua mulher dizer que estávamos em uma terapia de casal. Como desconfiava, tinhas patologia grave que o poderia levar à morte súbita.

Durante o exame onde deveria se corrigir a lesão que o limitava e agravava sua falta de ar, com prévio consentimento dos filhos e de sua mulher, deu-se uma complicação que desencadeou uma serie de eventos mórbidos, dos quais poderias ter morrido. Todos tratados com competência e presteza por mim, que sempre estive à sua cabeceira.

Houve diversas situações desagradáveis criadas por sua mulher, na unidade coronária e posteriormente no CTI e mesmo com diretores do Hospital, diga-se de passagem, tido como o melhor do Rio de Janeiro, que apesar de todas as agressões e desfeitas de sua esposa, o acolheu até o total restabelecimento.

Fui eu quem o tratou com desvelo, carinho e competência por cinquenta e quatro dias, os verdadeiramente graves de toda a sua internação.

A pedido da Malga me mantinha em contato constante com o amigo e renomado Cardiologista e cirurgião do Rio Grande do Sul, Dr . Prof. Fernando Lucchese, que acredito possa lhe dizer com certeza da minha atuação, já que estavas inconsciente e portanto impedido de julgar sobre o ocorrido.

Fiz uma reunião com filhos e mulher, para autorizar a realização de um procedimento invasivo, o último de sua internação, e nesta reunião obtive o consentimento de todos. Durante a madrugada que se antecedeu ao procedimento, diga-se de passagem, decisivo para sua recuperação, recebi diversas ordens e contra ordens da Malga. Visando única e exclusivamente seu bem estar, independentemente do agrado ou desagrado de soa esposa, autorizei a realização do procedimento, o qual foi feito com sucesso absoluto.

Ate este momento, as mensagens, que tenho todas guardadas, da Malga eram de felicitações pelo excelente trabalho desenvolvido. Tenho inclusive uma mensagem de feliz ano novo em que me agradecia por você ainda estar entre nós.

A pedido da sua mulher, que me disse textualmente que me faria pagar por a ter desautorizado, tivemos uma junta médica da qual participou um médico do Hospital Albert Einstein, seu médico e amigo, Dr Brilhante e o próprio Alfredo, ate então desprezado por você e agora tratado como sobrinho, que não permitiram me retirar do caso, apesar de todo o mal estar criado por sua mulher. Disseram eles, que naquela situação não havia possibilidade de remoção sua para outro hospital, como queria a Malga e que não haveria nenhum médico capaz de assumir seu caso dado a gravidade.

Passado este momento, então sim já com seu estado clínico muito mais estável, fui destituído do caso por sua rancorosa mulher e hoje me deparo com esta sua colocação injusta e sem dúvida plantada em seu consciente por terceiros, já que não presenciou, viveu de forma consciente nada do que lá ocorreu. Peço em nome do passado, de nossa amizade, respeito e carinho que não leve a diante esta infâmia.
Chico apesar de tudo continuas sendo o Papy .
Luiz Cesar Cossenza Rodrigues

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