As russas só repetiram o que lhes impunham os machistas porque tudo parecia uma simples brincadeira (Arte Revista CULT)
Por Marcia Tiburi
O melhor jeito de desmistificar uma palavra ou expressão é
usá-la sem preconceitos. Há que se tomar o cuidado de não banalizá-las, pois todas
elas merecem respeito, afinal carregam conceitos que podem sempre nos fazer
pensar melhor.
Há poucos dias o Brasil viveu um momento de extrema vergonha
com alguns torcedores que viajaram à Rússia para a Copa do mundo. Merece
análise o ato envolvendo homens brasileiros e mulheres russas em torno da
expressão “buceta rosa”, arma de um dos espetáculos mais machistas vividos pela
cultura brasileira nos últimos tempos.
Manuela D’Ávila, no programa Roda Viva, viveu algo parecido.
A quantidade de interrupções e a miséria política de muitas das questões
queriam também reduzi-la a uma boneca que falasse o que os arguidores queriam
ouvir. O autoritarismo, do qual o machismo é uma forma especializada, sempre
funciona obrigando a falar – como nas coerções e torturas – ou fingindo uma
sedução ao ato de falar, como vimos com as russas. MAIS
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