sexta-feira, 29 de junho de 2018

OS VENTRÍLOQUOS E A “BUCETA ROSA”: SOBRE AS ASTÚCIAS E AS LACUNAS COGNITIVAS DO MACHISMO


As russas só repetiram o que lhes impunham os machistas porque tudo parecia uma simples brincadeira (Arte Revista CULT)

Por Marcia Tiburi
O melhor jeito de desmistificar uma palavra ou expressão é usá-la sem preconceitos. Há que se tomar o cuidado de não banalizá-las, pois todas elas merecem respeito, afinal carregam conceitos que podem sempre nos fazer pensar melhor.

Há poucos dias o Brasil viveu um momento de extrema vergonha com alguns torcedores que viajaram à Rússia para a Copa do mundo. Merece análise o ato envolvendo homens brasileiros e mulheres russas em torno da expressão “buceta rosa”, arma de um dos espetáculos mais machistas vividos pela cultura brasileira nos últimos tempos.

Manuela D’Ávila, no programa Roda Viva, viveu algo parecido. A quantidade de interrupções e a miséria política de muitas das questões queriam também reduzi-la a uma boneca que falasse o que os arguidores queriam ouvir. O autoritarismo, do qual o machismo é uma forma especializada, sempre funciona obrigando a falar – como nas coerções e torturas – ou fingindo uma sedução ao ato de falar, como vimos com as russas. MAIS

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