Por Fernando Brito
Desde cedo, a humanidade aprendeu a enterrar os mortos e
poupar-se da visão da putrefação do corpo morto.
Na política, porém, parece haver mais dificuldade na
aceitação da morte e menos piedade com o de cujus.
Mal saiu da telinha com o filme de sua associação ao
Cro-Magnon, Cristiane Brasil, a insepulta, é apresentada pelo Estadão como
investigada por “associação ao tráfico” de drogas.
No inquérito, diz o jornal, ” um dos denunciantes afirmou
que os traficantes chegaram “ao absurdo de levarem as presidentes das
associações do bairro para conversar com o chefão do morro porque elas não
queriam trabalhar para a vereadora (Cristiane)”. “A intenção dele (assessor)
era que o chefão fosse mandar dar uma surra nelas e obrigá-las a trabalhar para
a vereadora ou, em caso de recusa, até mesmo matá-las”.
Uau! Quer dizer, nem tanto: afinal, de viva voz, Aécio Neves
sugeriu os mesmos métodos para seu próprio primo, no caso de ser pego com a mala
de dinheiro.
E desta vez não dá para o primitivo Roberto Jefferson dizer,
como vive dizendo da Folha, nos seus delírios furiosos, que o jornal está a
serviço de Lula.
O caso chegou a um ponto em que manter a nomeação de
Cristiane Brasil equivale quase à profanação de cadáver.
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