quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

A MORALIZAÇÃO DO BRASIL: R$ 218 MIL PARA DEMÓSTENES, EM UM MÊS

Por Fernando Brito
Notícia da Folha mostra como se passam as coisas neste Brasil onde “a lei é para todos” e “por mais alto que você esteja, a lei está acima de você”: Monica Bergamo publica que o ex-senador Demóstenes Torres  recebeu do Ministério Público do Estado de Goiás  um salário bruto de R$ 218.547,17 em novembro.

Demóstenes, como todos se recordam, era o paladino da ética da revista Veja que foi apanhado em diálogos íntimos com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Como procurador de Justiça, Demóstenes ganha cerca de R$ 30 mil, mas recebeu atrasados como “abono-permanência”, isto é, o que foi recolhido como contribuição previdenciária dos seus vencimentos enquanto estava sendo processado disciplinarmente por suas conversinhas mofinas com o contraventor.

Coisa inocente, como este trecho transcrito pelo G1:

– Cachoeira: Escuta, aquele negócio que eu pedi procê olhar lá, já checaram lá, aquela lei do Maguito?
– Demóstenes: Já checaram a lei do Maguito (…..) Tá na Câmara já no último estágio.
– Cachoeira: Pois é, agora, vou dizer, ocê é que tinha que trabalhar isso aí com o Michel. Pra por em votação. Porque seria interessantíssimo, né?

O “Michel” citado por Cachoeira é vice-presidente Michel Temer, então presidente da Câmara dos Deputados, e “Maguito” é Maguito Vilela, que foi senador por Goiás.

O Supremo disse que as gravações foram ilegais mas, ao contrário das de Moro sobre Dilma que Gilmar – um dos que absolveu Demóstenes – considerou válidas como prova, quando se tratou de afastar Lula no cargo de Ministro, foram anuladas.

Então, o processo foi anulado e Demóstenes, que viveu em dificuldades durante este tempo, passando frio em seus passeios na Europa, tem o direito de receber tudinho.

E ainda pleiteia a anulação de sua cassação pelo Senado, de forma a que possa ser candidato e eleger-se deputado federal pelo PTB de Goiás.


Vejam se o Brasil não vive mesmo novos tempos de moralidade…

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