Por Fernando Brito
Notícia da Folha mostra como se passam as coisas neste
Brasil onde “a lei é para todos” e “por mais alto que você esteja, a lei está
acima de você”: Monica Bergamo publica que o ex-senador Demóstenes Torres recebeu do Ministério Público do Estado de
Goiás um salário bruto de R$ 218.547,17
em novembro.
Demóstenes, como todos se recordam, era o paladino da ética
da revista Veja que foi apanhado em diálogos íntimos com o bicheiro Carlinhos
Cachoeira.
Como procurador de Justiça, Demóstenes ganha cerca de R$ 30
mil, mas recebeu atrasados como “abono-permanência”, isto é, o que foi
recolhido como contribuição previdenciária dos seus vencimentos enquanto estava
sendo processado disciplinarmente por suas conversinhas mofinas com o
contraventor.
Coisa inocente, como este trecho transcrito pelo G1:
– Cachoeira: Escuta, aquele negócio que eu pedi procê olhar
lá, já checaram lá, aquela lei do Maguito?
– Demóstenes: Já checaram a lei do Maguito (…..) Tá na
Câmara já no último estágio.
– Cachoeira: Pois é, agora, vou dizer, ocê é que tinha que
trabalhar isso aí com o Michel. Pra por em votação. Porque seria
interessantíssimo, né?
O “Michel” citado por Cachoeira é vice-presidente Michel
Temer, então presidente da Câmara dos Deputados, e “Maguito” é Maguito Vilela,
que foi senador por Goiás.
O Supremo disse que as gravações foram ilegais mas, ao
contrário das de Moro sobre Dilma que Gilmar – um dos que absolveu Demóstenes –
considerou válidas como prova, quando se tratou de afastar Lula no cargo de
Ministro, foram anuladas.
Então, o processo foi anulado e Demóstenes, que viveu em
dificuldades durante este tempo, passando frio em seus passeios na Europa, tem
o direito de receber tudinho.
E ainda pleiteia a anulação de sua cassação pelo Senado, de
forma a que possa ser candidato e eleger-se deputado federal pelo PTB de Goiás.
Vejam se o Brasil não vive mesmo novos tempos de moralidade…
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