Por Fernando Brito
Grande parte deles é de louros e louras, a grande maioria de
brancos.
São “nortistas”.
Dos Estados Unidos da América do Norte.
Não vêm dos “países de merda” a que Donald Trump se referiu
outro dia, falando de nações africanas e latinoamericanas.
Não têm casa, não têm emprego, vivem nas condições em que
você vê aí, no vídeo abaixo. E vê, sem barracas de nylon, com papelões velhos,
nos quatro cantos do Brasil.
Lá estão nossos “gringos”, tão carentes quanto nós, em todos
os 50 Estados da The Stars and Stripes , a bandeira norte-americana, para a
qual, outro dia, Jair Bolsonaro bateu continência. Em ordem alfabética, para
que não reste dúvida.
Impérios ricos não querem dizer que seu povo seja rico e
feliz. Ao contrário, a pobreza e a dominação se reproduzem internamente.
Quem duvidar, leia a autobiografia de Charlie Chaplin,
contando sua infância nas “Funabem” do Império Britânico na virada do século 19
para o 20. Se quiser saber da França sem o glamour de Paris, poucos anos antes,
leiam o Germinal de Émile Zola, escrito após a vivência de meses do
escritor como mineiro de carvão.
A pobreza não é um determinismo racial ou geográfico, é um
mal social. Nós é que nos acostumamos a vê-la negra, mulata, nordestina.
Em 89, acompanhando Leonel Brizola numa carreata em
Uruguaiana, numa vila – como chamam por lá as favelas – lembro do meu choque
cultural ao ver o velho jipe ser seguido por dúzias de crianças pobres e de
rostos sujos, quase todas lourinhas e de olhos claros, como quase nenhum
carioca já viu.
A humanidade é uma bandeira universal. É mesmo o nome de
nossa espécie: humanos.
Amar o seu país e defendê-lo não é xenofobia, é apenas amar
a sua casa e entendê-la como parte de uma rua, de uma cidade, de um mundo.
Elis, maravilhosa, completa o raciocínio


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