quinta-feira, 1 de junho de 2017

O ESTADÃO DEIXA MORO?

Por Fernando Brito

O  editorial de hoje do Estadão, revela um posicionamento muito diferente daquele que o jornal vinha assumindo e pode ser sinal de uma mudança de orientação da oligarquia paulista que ele, como ninguém, representa.

Referindo-se à defesa incondicional feita ontem em Portugal por Sérgio Moro, o tradicional jornalão ressalva que faltam, frequentemente, provas para sustentar o que é dito pelos delatores.

(…)as múltiplas acusações feitas pelo Ministério Público contra figurões do mundo político estão baseadas somente, ou principalmente, nas delações, sem que venham acompanhadas de provas materiais suficientes para uma condenação. Quando muito, há provas testemunhais, nem sempre inteiramente dignas de crédito ou confiança. Criou-se um ambiente em que as delações parecem bastar. Se é assim, o objetivo não é fazer justiça, mas uma certa justiça.

Certamente isso não foi escrito para Lula, mas recomendo que os advogados do ex-presidente recortem e colem nas suas alegações finais sobre o processo do “triplex”, porque o encaixe é evidente e completo.

E isso não é tudo, leia só como Dr. Cristiano Zanin, advogado do ex-presidente, não teria escrito melhor:

Há tempos ficou claro que certos membros do Ministério Público têm a pretensão de purgar o mundo político daqueles que consideram nocivos. Para esse fim, basta espalhar por aí, por meio de vazamentos deliberados, que tal ou qual político foi citado nesta ou naquela delação para que o destino do delatado esteja selado, muito antes de qualquer tribunal pronunciar sua sentença.

Meu Deus, o Estadão “lulou”, virou “petralha”, avermelhou-se?


Fique calmo e leia mais uma linha, para entender:

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