Por Fernando Brito
Poucas vezes, na história de uma República permanentemente
sujeita a golpes, viu-se um espetáculo tão deprimente de falta de compostura
institucional, uma ópera bufa da pior espécie.
O país institucional tornou-se uma verdadeira casa da Mães
Joana, com personagens indignos de representa-lo à frente do Executivo, do Congresso, do
Supremo Tribunal Federal, da Procuradoria Geral da República, do Judiciário e
dos partidos políticos.
Brinca-se com o poder, derruba-se um presidente eleito,
arma-se contra o interino que se aboletou-se no cargo, fazem cálculos sobre o
momento de impichar a chapa, se agora, se no ano que vem, valem-se de seu poder
institucional para toda sorte de abusos.
Procuradores atuam politicamente; deputados lutam para
legalizar o crime; Ministros do Supremo e o Procurador Geral da República
manipulam prazos de inquéritos para proteger aliados; juízes de 1ª instância
autorizam grampos a torto e a direito.
Mas era previsto, tal o grau de desordem institucional
plantada no país pela bulimia do STF, ao permitir o atropelo da Constituição.
Deve-se ao Supremo esse vale-tudo.
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