Por Fernando Brito
A disputa estava dura.
Ricardo Nobralt dizendo que Michel Temer era “até bonito”.
Eliane Cantanhêde dizendo de “de romance o presidente
entende”.
Domingo Alzugaray, dono da “Istoé 900% a mais de verba” fez
dele “Brasileiro do Ano”, com direito aos arrulhos dos querubins Aécio
Neves-Sérgio Moro ao fundo.
E ele próprio dizendo que está salvando o Brasil, muito
embora o Brasil afunde todo dia.
Mas a Veja sacou seu trunfo de última hora.
A bela e recatada Marcela Temer.
Diz a revista que o Planalto confia “no frescor que ela pode
prover” ao macróbio marido.
Materinha sem-vergonha, que não diz nem desdiz, com detalhes
pitorescos da aula particular de Temer a ela e seus coleguinhas de curso de
Direito e – dá vergonha até de repetir o texto, mas está impressos em centenas
de milhares de páginas deste atentado ecológico que é a Veja – e sobre o
trabalho de conclusão de curso sobre “Fertilização in vitro no Direito
brasileiro”
Na verdade, o “joke” é pior, mas me recuso a reproduzir o
restante.
Há um clima de
euforia com “a capa que mudou os rumos do Brasil”.
Já podem aproveitar e comprar umas 500 Veja para colocar
como leitura de bordo no avião presidencial, para ler tomando Haager Dazs.
Meu Deus, a mediocridade da grande imprensa com o presidente-pinguela
ultrapassa os limites da indecência.
Virou pornografia ética.
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