Em vez de servir para punir exemplarmente culpados, o "mensalão", com seu domínio do fato, transformou a Justiça em parte do terceiro turno eleitoral.
Maria Inês Nassif
Na briga política com “P” maiúsculo, quando se traça estratégias de disputa com
grupos oponentes, define-se um limite além do qual não se deve ultrapassar, por
razões éticas ou para não abrir precedentes que, no futuro, possam se voltar
contra o próprio grupo que não observou esse limite. Em ambos casos, a
preservação dos instrumentos de luta democrática é a preocupação central.
O Supremo Tribunal Federal (STF), a partir do caso chamado
Mensalão, arvorou-se em fazer política
com "p" minúsculo, sem pensar nos precedentes que abria nos momentos
em que jogava para a plateia, escolhia inimigos e relativizava a Constituição.
Ao fazer jogo político sem que fosse qualificado para isso, pois não é um poder
que decorre da livre escolha popular, não mediu as consequências e deixou uma
lista de precedentes com potencial de corroer a democracia brasileira.
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