sábado, 28 de março de 2015

ECO DA MICARETA

Dudinha

O radialista Clarival Souza, carinhosamente chamado  Dudinha, foi uma dessas figuras marcantes na vida da Feira de Santana.
Sempre bem elegante com roupas de linho diagonal e os impecáveis sapatos de bico fino e às vezes com duas cores, era o dançarino perfeito que reunia plateia nos salões da Euterpe Feirense, o grande cantador do víspora do Fluminense de Feira, o esperado crooner da orquestra do Cassino Irajá de Oscar Marques, mas acima de tudo o radialista que se orgulhava do seu serviço de som.
Na micareta do seu tempo, quando o sítio da folia era na Rua Direita, Dudinha instalava seu serviço de som para transmitir  tudo que estava acontecendo na festa momesca, narrando não apenas o préstito de domingo e terça, mas também como estavam se exibindo os cordões, batucadas e escolas de samba. 
Microfone envolto num lenço branco, Dudinha estufava o peito e abria a transmissão como uma frase que todos já tinham na mente:
SPR Constelação, a "Voz do Sertão";
Falando diretamente da marquise da Loja Pires,
para onde abrange toda sua rede sonora
  

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