Por Fernando Brito
Curiosíssima a arrogância do mercado hoje, na Folha,
exigindo uma guinada na política econômica do Governo com a reeleição de Dilma
Rousseff.
A democracia, para eles, funciona assim: não importa quem o
eleja, o Governo do país deve obedecer-nos.
Pois, senhores, tirem o cavalinho da chuva.
É óbvio que Dilma vai buscar o diálogo até, provavelmente,
nomeando para o Ministério da Fazenda alguém com origem no mercado e que, por
isso, facilite e distensione a interlocução do governo.
Mas quem nomeia é ela, não o “mercado” e é por isso que,
ontem, ela negou-se a dar pistas sobre uma decisão que, a esta altura,
provavelmente já está tomada.
Este é, provavelmente, o primeiro “teste de fidelidade” de
seu novo Ministro da Fazenda: a discrição com que se move e faz consultas.
É bom que o “mercado” lembre: foi Dilma e não ele quem
ganhou as eleições.
E como Aécio já se apresentou guarnecido por seu “xerife da
Fazenda”, Armínio Fraga, o eleitor brasileiro rejeitou uma política econômica
recessiva, lesiva ao emprego e ao salário.
Simples e democrático assim, pois não?
Dilma, uma mineira agauchada, certamente se lembra da frase
de Pinheiro Machado ao cocheiro, no Império:
“Vá, mas nem tão depressa que
pareça fugga, nem tão devagar que pareça afronta”.
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