Autodenominado candidato da terceira via, responsável pela instalação da "nova política" no país, presidenciável Eduardo Campos (PSB) recorreu, contraditoriamente, aos dois partidos cuja polarização diz querer romper para se firmar em coligações competitivas em São Paulo e no Rio; no Estado mais importante do país, Campos indicará o candidato a vice-governador na chapa de Geraldo Alckmin; no Rio, ele indicou o candidato ao Senado, numa chapa com Lindbergh Farias (PT); a pouco mais de uma semana para finalização das coligações, Campos sente a pressão de ter que fincar palanques em Estados do Sudeste; foi então pelo caminho mais fácil, o do pragmatismo, que parecia querer abandonar; Marina consentiu
20 DE JUNHO DE 2014 ÀS 21:41
247 - Autodenominado candidato da terceira via, responsável
pela instalação da "nova política" no país, o presidenciável Eduardo
Campos (PSB) recorreu aos dois partidos cuja polarização diz querer romper para
se firmar em coligações competitivas em São Paulo e no Rio de Janeiro.
No Estado mais importante do país, Campos indicará o
candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Geraldo Alckmin, que se
conseguir ser alçado à reeleição, dará ao tucanos 24 anos de poder ininterruptos
em São Paulo. Já no Rio, Campos indicou o candidato ao Senado, numa chapa com o
petista Lindbergh Farias.
As duas movimentações do ex-governador de Pernambuco se dão
após a sua companheira de chapa, a candidata a vice, Marina Silva, não
conseguir impor seus candidatos. Era desejo dela que o PSB lançasse candidatos
próprios ou apoiasse candidaturas alinhadas a ela.
Em São Paulo, o cenário ideal para ela era o lançamento da
deputada federal Luiza Erundina, que descartou qualquer hipótese de
candidatura. Outros nomes da preferência de Marina eram os do deputado Walter
Feldman, seu aliado na criação do Rede Sustentabilidade, e do vereador Ricardo
Young, do PPS. Mas o projeto não decolou. Campos preferiu ficar com Alckmin e
indicar o candidato a vice, que tende a ser Márcio França, presidente da
legenda em São Paulo.
Já no Rio, Marina queria que o PSB apoiasse Miro Teixeira,
pré-candidato a governador do Pros. Mas ele desistiu ontem da disputa, alegando
que foi ignorado por Campos. Assim, abriu-se caminho para o PSB indicar o
deputado federal Romário para ser candidato a vice na chapa encabeçada pelo PT.
Com as duas opções de Campos, esperava-se que Marina fosse
chiar. Mas não. Ela apenas afirmou que "não há problemas nas
escolhas" do aliado. Mas não deixou de fazer uma crítica sutil: "ele
ficará responsável pela escolha". Soou como um "lavar as mãos".
Se der errado, Marina não quer que tais decisões pesem no seu colo.
A pouco mais de uma semana para finalização das coligações,
Campos sente a pressão de ter que fincar palanques em Estados do Sudeste. Foi
pelo caminho mais fácil, o do pragmatismo, que parecia querer abandonar quando
falou em "nova política". Para quem deseja se firmar como terceira
via, as opções pelo PT e pelo PSDB em dois Estados muito importantes soam
contraditórias.
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