Por Flávio Aguiar
A realização da Copa do Mundo no Brasil despertou uma
grotesca procissão – cada vez mais enfadonha – de abutres e coveiros do Brasil
em todas as frentes e latitudes. Erguendo uma verdadeira cortina de fumaça com
seus incensórios e turíbulos para dominar a pauta e a percepção do momento,
este variegado cortejo reúne de tudo.
Conduzindo a custódia, vêm os que querem derrubar ou
derrotar o governo. São de dentro e de fora do país, liderados neste pelos
arautos da velha mídia, e lá pelos cardeais da City londrina, The Economist e
Financial Times, ladeados por bispos e arcebispos como El País, El Mercurio, et
alii. Em suas orações às vezes suplicantes, às vezes raivosas, alimentam a
crendice de que a Copa pode ajudar a reeleger ou deseleger Dilma Rousseff em
outubro. Esta ortodoxia se baseia em outra superstição, a de que nosso povo é
despreparado para a democracia porque vota com os pés ou o estômago – não com a
cabeça ou o coração. (Os mais ricos, pelo menos, têm o privilégio de votar com
os bolsos e as bolsas).
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