Jornal GGN - Considerado um dos canais de vazamento da
Operação Lava Jato da Polícia Federal - que investiga a atuação do doleiro
Alberto Youssef -, o ex-delegado e deputado federal Fernando Francischini, do partido Solidariedade
(ex-PSDB), deixou de divulgar um dos nomes que surgiram nos grampos da polícia:
ele próprio.
Seu nome foi diretamente envolvido nas negociações entre
Yousseff e o deputado Luiz Argolo, também do Solidariedade.
Lá pelas tantas, Argolo diz a Yousseff que está fechando um
acordo "que acho que vai dar certo". "Francischini fica na
liderança fazendo o papel combinado com a gente e eu farei como primeiro
vice-líder o encaminhamento em prol do governo e do Palácio. Já falou
comigo."
A conversa se refere a um suposto acordo entre Argolo e a
empreiteira OAS, representada pelo diretor Mateus Coutinho. Por ele, Argolo
prestaria apoio ao Palácio e deixaria Francischini trabalhando na ponta
contrária, de interesse da OAS.
Yousseff gostou do combinado:
- Ótimo, esse é o jogo. Depois colocamos Francisquini no
bolso. Um de cada vez!
E elogia a esperteza de Argolo:
- Você é fodinha!
Depois, Argolo pergunta a Yousseff se deve aceitar a
Comissão de Orçamento ou a vice-liderança do partido. Yousseff recomenda a
vice-liderança, porque assim vai estar com o governo e terá mais controle sobre
Francischini.
Provavelmente a estratégia de Francisquini, ao comandar o
vazamento seletivo do inquérito Lava Jatos, foi ganhar imunidade dos jornais.
De fato, vazaram até conversas entre o deputado André Vargas e Yousseff usando
o nome do ex-Ministro da Saúde Alexandre Padilha em acordos totalmente improváveis.
Mas o acerto de Yousseff e Argolo, bastante provável - dado
o fato de Francischini integrar o Partido de Argolo - permaneceu blindado.
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