CFM e Ministério Público já criticam e investigam programa
que tem expressivo apoio popular
Os dois principais partidos de oposição, PSDB e DEM, não
perdem uma oportunidade de demonstrar insensibilidade social. Seus líderes na
Câmara dos Deputados, respectivamente, Antonio Imbassahy (BA) e Mendonça Filho
(PE) anunciaram ações contra o programa “Mais Médicos”.
O governo admitiu uma falha na sexta-feira quando determinou
o aumento do salário dos médicos cubanos, que passarão a ganhar cerca de R$ 3
mil mensais _outros profissionais estrangeiros recebem R$ 10 mil. O Ministério
Público já tem feito investigações a respeito de eventuais problemas do
programa, apurando até suposto trabalho em condição análoga à de escravo. O CFM
(Conselho Federal de Medicina) trava um guerra sem quartel contra o “Mais
Médicos”.
Ou seja, não faltam adversários a um programa que tem, de
acordo com as pesquisas, apoio da maioria da população. Em alguns
levantamentos, o suporte ultrapassa 80%.
Eventuais problemas do “Mais Médicos” devem ser
investigados, combatidos e resolvidos. Parece haver bastante gente empenhada
nesse sentido. Mas tucanos e democratas, que, no passado, viviam questionando o
“Bolsa Família”, agora encontraram outro inimigo mortal na área social. Sem
entrar no mérito da relevância do programa, dá para dizer que, no mínimo,
cometem um erro político.
Na sexta, o DEM protocolou na Procuradoria Geral da
República uma representação contra o que considera mau uso dos recursos
públicos no programa. Os alvos são o atual ministro da Saúde, Arthur Chioro, e
seu antecessor, Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de São Paulo.
O PSDB promete acionar a OIT (Organização Internacional do
Trabalho) e a ONU (Organização das Nações Unidas). Deseja ainda convocar Chioro
e o procurador-geral da União, Paulo Kuhn, para depor no Congresso.
O senador tucano, Aécio Neves, que será candidato a
presidente com apoio do DEM, deveria dar um telefonema para os dois líderes
partidários na Câmara. Poderia fazer uma pergunta: atacar o “Mais Médicos”
seria mesmo uma boa ou um tiro no pé?
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