Por Fernando Brito
Blog tijolaço
O “casal benzinho” Eduardo Campos-Marina Silva exibiu-se
ontem na televisão.
Um programa até bonitinho, mas absolutamente ordinário em
matéria de comunicação.
Francamente, uma fórmula “cult” – cor desbotada, quase preto
e branco, imagens abertas do estúdio,
closes intimistas – é muito pouco adequada para um personagem como Eduardo
Campos cuja obra administrativa é praticamente desconhecida do país.
Parece ter sido feito, exclusivamente, para dar a ele o aval
de Marina, simulando uma longa amizade e intimidade que jamais houve, até o
tombo da Rede que a deixou sem legenda para concorrer.
Duvido que tenha tido qualquer consequência como propaganda
eleitoral, mas é curioso que ambos, que
devem tudo o que são a Lula, se definam como filhos da esperança.
São, e é exatamente isso que os torna tão frágeis.
Mais até a Campos que a Marina.
Porque o filho da esperança fugiu de casa por ambição.
E foi oferecer-se à adoção pela família do atraso, do
conservadorismo.
Por isso sua fala não tem uma palavra sequer contra o que
esta gente fez com o Brasil.
Ao contrário, falam em “preservar as conquistas” de todos
os governos.
Tudo são declarações de intenção, daquelas que qualquer
político pode fazer.
Marina chega a dizer que o mais importante para o país é
“uma agenda” – espero que não aquela do Itaú, comemorando o aniversário do
golpe – que possa ser seguida por todos os governos, sem distinção.
Essa agenda, Marina, já existe: é a cartilha econômica que o
capital nos impõe, sugando os frutos do trabalho do povo brasileiro e as
riquezas deste país.
E a reação do “mercado” contra quem sai, mesmo que só um
pouquinho, dela é a prova de quanto é duro e árduo sair deste diktat
colonial-financeiro.
Fácil, mesmo, só se bandear para o lado de lá.
Seus aliados, agora, são o Aécio Neves, o Roberto Freire, o
Jorge Bornhausen…
Ou são eles que iriam preservar as conquistas da “era Lula”?
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