Por Fernando Bito,
O Doutor Joaquim Barbosa correu, num feriado, há quase duas
semanas, para mandar prender José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, a
tempo de garantir um movimentado “feriadão” na mídia. Levou nove outros de
cambulhada, para não personalizar a fúria aprisionante, que dispensou, até, os
documentos – perdão – indispensáveis para a execução das penas.
Dos outros condenados, há os que aguardam o parecer do
Procurador Rodrigo Janot e um sobre o qual não há senão a formalidade de
expedir o mandado de prisão: Roberto Jefferson.
Sobre ele, o STF recusou o pedido de perdão pela delação e o
de conversão da pena em prisão domiciliar, em razão de estar se submetendo a um
tratamento do câncer de pâncreas que o acometeu.
É obvio que o encarceramento vai piorar seu estado de saúde.
Se perguntarem a uma junta médica se é “imprescindível” que
fique recolhido a prisão domiciliar, em razão, a resposta “técnica” deverá ser
não, desde que tenha acompanhamento médico e medicação adequada.
A rigor, a ninguém que não esteja com suporte vital
assistido é “imprescidível” ficar recolhido em casa ou a um hospital.
Como a ninguém, exceto a um sádico, comprazeria vê-lo numa
cela, debilitado, sem condições de, como permite o regime semiaberto, trabalhar
fora da prisão.
Só mesmo aos de deixam se possuir pelos “instintos mais
primitivos”.
Se o ministro Joaquim Barbosa se conduz com tal serena
humanidade no caso Roberto Jefferson, que nome merece sua conduta para com José
Genoíno, com um tudo plástico no lugar da artéria aorta?
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