Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Uma das frases mais divertidas da semana vem do marido de Marina, Fábio. Foi o
triunfo do pragmatismo contra o programatismo, para usar uma expressão que a
mulher de Fábio tem repetido à exaustão.
“Vou pedir demissão não”, escreveu Fábio no Facebook. Aos 51 anos, Fábio tem um
bom cargo no governo do petista de Tião Viana, no Acre. Poucos dias antes,
também no Facebook, um líder petista no Acre perguntara a Fábio se ele não ia
largar o “empregão” num partido que, segundo sua mulher, é “chavista” e foi
vital no processo de negação de registro para a Rede de Sustentabilidade.
Pragmaticamente, Fábio disse que fica. E programaticamente alegou que o PT no
Acre é ainda “sonhador”, ao contrário do PT nacional.
É um episódio quase anedótico, mas que cresce em importância nas revelações que
traz com ele. Primeiro, mostra como é difícil separar o programatismo do
pragmatismo, por mais que no plano da retórica Marina venha fazendo portentosos
esforços nisso.
Segundo, leva a uma pergunta: como a grande mídia pôde ser tão incompetente num
assunto que, afinal, está ligado às eleições presidenciais de 2014?
Jornais, revistas, telejornais, rádios, tudo isso com exércitos copiosos de
repórteres e editores – ninguém deu a informação de que o marido de Marina
trabalha no PT. A origem da notícia está no Facebook.
A imprensa local deu primeiro, já há alguns dias. O paradoxo da família
permaneceu ignorado da grande mídia, até que uma notinha apareceu. Num
comportamento bovino, todo mundo correu atrás – com notável lentidão.
Enfim, esta é a nossa grande mídia, aspas.
Nos próximos dias, vai ser curioso ver a explicação que Marina dá entre
programatismo e pragmatismo quando se trata de seu próprio lar.
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