terça-feira, 30 de julho de 2013

FILHO DE MINISTRO É UM METEORO NA ODEBRECHT

Em cinco anos, Pedro Moreira Franco, filho do ministro Wellington Moreira Franco, foi de trainee a diretor na Odebrecht, do empreiteiro Marcelo Odebrecht; coincidência número 1: nesse período a Foz do Brasil, que pertence ao grupo, recebeu um aporte entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões do FI-FGTS, que era pilotado pelo ministro; coincidência número 2: nesse mesmo período, a Embraport, também da Odebrecht, recebeu aporte de R$ 450 milhões; agora o perigo: na Secretaria da Aviação, Moreira Franco prepara a concessão dos aeroportos, num modelo que atende aos interesses da... adivinhem... Odebrecht; em comunicado, empresa diz que contratação do filho do ministro foi técnica e que Moreira Franco não influenciava no FI-FGTS; ministro diz o contrário

247 - Pedro Moreira Franco, filho do ministro Wellington Moreira Franco, da Secretaria Nacional de Aviação Civil, pode ter todas as qualificações do mundo, mas o fato é que fez uma carreira meteórica no grupo Odebrecht, do empreiteiro Marcelo Odebrecht.
Em nota, a empresa tentou responder à reportagem do 247, que aponta ligações perigosas demais entre a empreiteira e a família Moreira Franco (leia mais aqui). Mas o comunicado, no entanto, reforça ainda mais as suspeitas. Leia abaixo:
Comunicado 
Pedro Moreira Franco entrou para a Organização Odebrecht em 2005, através do programa de trainees da empresa. Três anos depois, iniciou uma pós-graduação no exterior, de onde retornou em 2010 para trabalhar na Foz, subsidiária da Odebrecht Ambiental. A entrada do FI-FGTS no capital da Odebrecht Ambiental aconteceu em setembro de 2009 e o ministro Moreira Franco não fez parte de nenhuma das instâncias encarregadas de aprovar  o investimento.
Ou seja: em cinco anos, o filho do ministro, indicado ao cargo pelo PMDB, foi de trainee a diretor, mesmo tendo passado três anos fora, cursando uma especialização.
O que aconteceu nesse período? Em 2008, o FI-FGTS, um fundo com recursos dos trabalhadores, que estava sob a responsabilidade de Moreira Franco, como vice-presidente de Fundos da Caixa Econômica Federal, fez um aporte de R$ 450 milhões na Embraport, empresa de portos do grupo Odebrecht (leia maisaqui).
Em outubro de 2009, mais um aporte, entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões, na Foz do Brasil, justamente a empresa que reservou uma diretoria para Pedro Moreira Franco (leia aqui).
Segundo a nota da Odebrecht, Wellington Moreira Franco não teve qualquer influência na liberação dos aportes nas empresas do grupo. No entanto, em seu próprio site, o ministro ressalta o papel que teve na criação do FI-FGTS (leia aqui). "Esse ano de 2009 representou a consolidação do Fundo de Investimentos do FGTS, que encerrou o exercício com comprometimento total dos recursos inicialmente alocados. Foram desembolsados R$ 14,5 bilhões do FI-FGTS. O ativo total do FGTS no fim de 2009 era de R$ 2,35 bilhões", diz o ministro.
Agora, o perigo: como ministro da Aviação Civil, e não mais como responsável pelo FI-FGTS, Moreira Franco pilota a privatização dos aeroportos. Segundo o colunista Janio de Freitas, da Folha, seu edital atende aos interesses da Odebrecht.
É por essas e outras que Janio considera "inexplicável" a presença de Moreira Franco no governo Dilma. E é também esse o tema de uma das manchetes de hoje do 247, indagando se Dilma tem mais a ganhar ou a perder com sua aliança com o PMDB (leia aqui).
Ao que parece, custa bem caro.

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