terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O TEATRO DE BONI E A CRISE DA GLOBO



O teatro de Boni e a crise da Globo
Por Marco Aurélio Mello,

no Blog DoLaDoDeLá


A admissão por parte do homem de televisão Boni de que teve sim papel importante ao "preparar" Collor para o último debate contra Lula, em 1989, não surpreende. Nem deveria, afinal, Collor era e é sócio da Globo em Alagoas, assim como Boni ainda o é, agora na condição de afiliado, em São José dos Campos, interior de São Paulo.

Notem que a entrevista foi dada ao canal Globo News, do grupo, o que faz crer que, nada mais é do que um processo natural de depuração, típico de quem está consciente de que só conseguirá avançar se, primeiro, fizer as pazes com o passado. Parece que se instalou na emissora do Jardim Botânico uma espécie de Comissão da Verdade, certamente capitaneada por Octávio Florisbal, com auxilio de outros "pensadores" do negócio.

Os donos do canal, pressionados pela opinião pública e pelos poderes econômico e político (este último cuja emissora enfrentou e saiu derrotada, de 2006 para cá) começa a entregar parte dos anéis para não ter que entregar os dedos. Isso cheira até a um "acordo de cavalheiros", com vistas a segurar a Lei dos Meios à brasileira na gaveta e calar os crescentes reclamos por fazer-se cumprir a Constituição Federal, no que diz respeito aos artigos da Comunicação Social.

Nesse sentido, as notícias parecem alvissareiras. Porque ninguém pode viver sem concorrentes. Todos precisam deles, melhor ainda se enfraquecidos, para permitir que exerçamos nossa compaixão e misericórdia. É uma empresa que, mal ou bem, está estabelecida, paga parte dos impostos devidos, emprega e faz girar a roda da economia formal. Se conseguir se manter de pé menor, melhor para todos.

O que ninguém aguenta mais, e isso as pesquisas de opinião encomendadas por eles à classe C demonstram claramente, é a arrogância, a empáfia, o arbítrio e a manipulação que exercem sobre os telespectadores, principalmente nos produtos jornalísticos. O sinal vermelho acendeu. Agora, é mãos à obra para recuperar o território perdido, principalmente no mais valioso ativo de uma empresa de comunicação: a credibilidade.

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